quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Bitbucket passa às mãos da Atlassian


Foram-se os tempos em que o Sourceforge reinava absoluto, quando o assunto era hospedar código-fonte no antigo CVS, hoje em dia, com a evolução dos sistemas de controle de versão, que são muitos: Subversion, Git, Mercurial, Bazar e etc. e ainda, o google entrando no negócio de hospedar códigos-fonte com o Google Code, foi algo natural empresas e terceiros se lançarem na empreitada do negócio.

BerliOS, Firefly, Bitbucket, Github, Sourceforge, Google Code e Launchpad são algumas opções populares entre os especializados e genéricos, de longe, o que eu mais gosto e utilizo é o Bitbucket, neste semana que se passou, recebi por e-mail a notícia de que o Bitbucket passaria a ser administrado pela Atlassian, uma empresa do ramo de desenvolvimento de software e ferramentas colaborativas.

Ao fim das contas, não posso ser preciso na análise de que isso será bom ou ruim, porém, ao que tudo indica, o serviço tem apenas a ganhar, o usuário final só precisará se preocupar caso for contratar um plano de hospedagem, caso contrário acaba de ganhar um upgrade gratuito de plano: Antes o usuário tinha direito a apenas 5 repositórios públicos e 1 privado (na verdade não lembro direito), agora, sem precisar pagar nada poderá criar equipes de até 5 desenvolvedores e ter quantos repositórios desejar, sem discriminação entre público (aqueles cujos códigos são de livre acesso) ou privados (aqueles cujos códigos são privativos da equipe).

Além disso, o sistema ganhou mais desenvolvedores e é natural que ele ganhe muitas melhorias em dias vindouros. Maravilha!!!

sábado, 25 de setembro de 2010

Jogo Jennifer feito com OpenBoR

Olá, preparados para mais uma esporádica postagem do Voe Alto? Ha ha ha! Eu sei que não! Tudo bem, dessa vez eu não vou afirmar que estou retornando, para não ficar batido e, no final das contas, eu não retornar coisíssima nenhuma! Mas enfim, me senti motivado mais uma vez a postar.

O motivo é um jogo de OpenBOR criado por um brasileiro, dito MasterDerico que, simplesmente, arregaçou as minhas expectativas e retirou o meu preconceito sobre joguinhos criados com engines/mods, portanto, aí vai uma pequena injeção de cultura nerd inútil apenas para dar um corpo ao texto...
BoR ou Beats of Rage é um jogo no estilo Beat'em Up (ou briga de rua, se preferir), datado de meados de 2003, criado pelo Senile Team e inicialmente lançado para DOS, feito com bibliotecas livres, como SDL, simplesmente foi portado para Dreamcast, console da SEGA, fez um tremendo sucesso e, pela facilidade de portabilidade, não tardou para que chegasse ao Playstation 2, onde finalmente ganhou fama definitiva e muita versões portadas para diversos consoles e sistemas operacionais que são lançadas até hoje a cada nova geração.

O jogo em si não é o que se pode chamar de obra prima, trata-se apenas de um Beat'em Up bidimensional inspirado no estilo Streets of Rage 2, de Mega Drive/Genesis, "inspirado" é uma forma amena de dizer, pois o jogo em si é basicamente briga de rua, história rasa, backgrounds (cenários) ripados de Streets of Rage 2 e personagens/inimigos advindos de sprites (animações) ripados de The King of Fighters, jogo de luta da SNK.

Mas em uma época pós-16 Bit, de ostentação do 3D, o gênero Beat'em Up dava claro sinais de cansaço, praticamente esse gênero foi abandonado pelas softhouses, tanto que você pode contar nos dedos os Beat'em Up's da geração passada. Esse foi o cenário em que nasceu BoR que logo ganhou uma legião de fãs e modificadores do engine que buscavam algo mais.

O Senile Team então, acabou liberando BoR e criando OpenBoR através da LavalLit, referindo-se ao mesmo como um engine modificável para a criação de jogos Beat'em Up, desde então, não param de surgir portas de OpenBoR e mods (novos jogos baseados no Engine) que são distribuídos gratuitamente e matando a fome voraz dos eternos fãs de uma boa pancadaria cooperativa.

E assim chegamos a Jennifer, um jogo de qualidade indiscutível, um Beat'em Up com terror psicológico a todo instante. Jennifer, basicamente me lembra Splatterhouse... aliás, a namorada do Rick, protagonista do Beat'em Up Splatterhouse, tem nome Jennifer, lembram? No entanto, não é à Jennifer de Splatterhouse o Tributo e sim a Jennifer Connely, estrela do filme Phenomena.


O enredo do jogo vai se desenrolando aos poucos, ainda não joguei o suficiente para entendê-lo completamente, mas ao que parece, Jennifer foi vítima de um médico lunático, pedófilo que a matou e declarando seu amor, a remendou, bom... ela volta querendo vingança nos melhores moldes de Kaiako de "O Grito" enfrentando zumbis e outras aberrações.

A arte do jogo é bem macabra, todo o instante você sente como se estivesse em uma lembrança ruim ou pesadelo, os sons e músicas não deixam por menos, e complementam a atmosfera mórbida: São gargalhadas, choros sofridos acompanhados de músicas tensas ao piano que lembram bem filmes como Hallowen.

O jogo tem uma excelente jogabilidade, rápida e eficaz, com um sistema de combos simples e golpes especiais com comandos advindos de jogos de luta clássicos, como "baixo, frente e ataque". Destaque para os especiais mais fortes que drenam uma barra chamada de MP, bem embaixo no HUD, foram nitidamente inspirados nos movimentos de Iori Yagami e Rugal, do KoF. Como executá-los? Basta seguir o tutorial in game que vai desbloqueando os movimentos logo nos primeiros níveis.

Ainda sobre movimentos, Jennifer carrega consigo, um facão, quando o inimigo está com 15% ou menos de sua energia, basta usar o facão para um movimento de finalização, que mostra uma animação difererente para a derrocada do meliante: São decapitações, desmembramentos e muito mais, nada aconselhável para menores.

Os níveis, em geral são curtos, porém o autor foi muito feliz em colocar armadilhas em alguns o que dá um pequeno ar de estratégia nas batalhas, esses níveis tem fossos, paredes com lâminas e pisos com armadilhas, tem que se virar para que os inimigos sejam as vítimas e não você! Aproveite e, se estiver disponível, arme-se com uma shotgun para que ninguém chegue perto de Jennifer!

É justamente nos níveis que MasterDerico demonstra um bom conhecimento narrativo, nem todos os níveis são fantasmagóricos e assombrados, logo no terceiro nível há uma quebra no estilo artístico do jogo, pois o nível é como um rascunho de criança, quebrando de forma fantástica o teor artístico e narrativo, fazendo compreender o jogo como um caminhar pela mente perturbada de Jennifer.

Por sua qualidade exemplar, Jennifer me fez entender que o produto final desses jogos feitos com Engines livres ou comerciais depende única e exclusivamente do taleto e esforço de quem produz, pois Jennifer é sem dúvida algo que você deve jogar! Claro que a gente nota que certos sprites do jogo são ripados, como um de Carnage do Marvel vs Capcom 2, porém, até nele o autor trabalhou para que parecesse original, fazendo algumas alterações e modificando a paleta de cores.
Trailer do jogo:


Parabéns MasterDerico, Jennifer é sangue para todo lado!

Download? No site da LavaLit, é necessário registro. Estudando como rodar a porta do OpenBoR no Wii!